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domingo, 09 de abril de 2023 - 09:01h
Ciclo do Marabaixo 2023 inicia com encontro de gerações e celebração à fé, tradição e resistência
Calendário festivo iniciou neste sábado, 8, e se estende até 11 de junho, com apoio do Governo do Estado.
Por: Gabriel Penha
Foto: Aog Rocha / GEA
A alegria marcou as rodas de marabaixo nos barracões

Foi no rufar das caixas e no rodar das saias floridas que as comunidades negras do Amapá celebraram o início do Ciclo do Marabaixo, em homenagem à maior expressão cultural do estado. Este ano, o tema da festividade é “Fé, tradição e resistência”. A alegria do encontro de gerações nos barracões dos grupos que realizam o evento marcou o primeiro dia do calendário festivo, que segue até 11 de junho, o primeiro domingo após o feriado de Corpus Christis.

CONFIRA AQUI A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO CICLO DO MARABAIXO

No Barracão da Tia Gertrudes, sede do grupo Berço do Marabaixo, os descendentes de Gertrudes Saturnino, que dá nome ao espaço, se reuniram para festejar. A coordenadora do grupo, Valdinete Costa, celebrou a festividade com suas filhas Lorena, 28, Loren, 25 anos, e Lorrany, 18, anos, e os netos Davi Luiz,7 anos, Jontas Valentim, 2 anos, e Anna Cecília, 9 meses.

“Hoje o sentimento é de alegria e gratidão pelo início de mais um Ciclo do Marabaixo, com culto à Santíssima Trindade. Nosso grupo envolve a família, não só minhas filhas e netos, mas minhas irmãs, sobrinhos e outros colaboradores. São gerações com a missão de perpetuar o Marabaixo”, diz Valdinete.

Nas rodas de marabaixo, a estudante Juliana de Souza, de 30 anos, estava a caráter com sua saia florida e rodada. Ela não faz parte do grupo, mas faz questão de participar e ajudar a fortalecer a cultura afro-amapaense, sendo moradora do bairro onde está o barracão e descendente de marabaixeiros.

“O marabaixo está comigo desde criança. Fico feliz de a cada ano presenciar e participar dessa tradição que só cresce a cada ano. A cada Ciclo que se inicia, essa força se renova e se amplia”, diz Juliana.

O Governo do Amapá apoia a realização do evento, que é coordenado pelos grupos Berço do Marabaixo, Associação Zeca e Bibi Costa (Azebic), Campina Grande e Santíssima Trindade da Casa Grande.

“O marabaixo é cultura, é tradição, é resistência. Nossa gestão tem compromisso com a cultura, mas esse compromisso é ainda maior com a nossa mais autêntica manifestação”, explica a secretária de Estado de Cultura, Clícia Di Miceli.

Retorno das tradições

Na avenida Mendonça Furtado, as caixas rufavam no barracão do grupo Azebic. Ali, a animação é em dose dupla, com o início do Ciclo e com o retorno do grupo após seis anos. A matriarca da família festeira, dona Irene Pereira, de 82 anos, diz que o clima é de muita alegria e gratidão, pois o retorno é o pagamento de uma promessa dela à Santíssima Trindade, depois de ficar um ano sem andar.

“O coração apertava de saudade. Nos nossos corações, a festa sempre aconteceu, mas agora temos a alegria de estar de volta e chamamos o público para conhecer nossa tradição”, diz dona Irene.

Os grupos serviram gratuitamente para os visitantes a tradicional gengibirra, a bebida que é o “combustível” dos festeiros, e o cozidão, enquanto os marabaixeiros dançavam.

Conhecendo o Marabaixo

E o público gostou do que viu na primeira noite de programação. A universitária Déborah de Oliveira, de 25 anos, esteve no barracão do grupo Azebic. Em sua primeira vez no Marabaixo, entrou na roda e arriscou alguns passos.

“É uma festa muito linda. O povo precisa conhecer e prestigiar. Fui muito bem recebida e com certeza irei voltar”, encanta-se Déborah.

A programação segue neste domingo, 9. Desta vez, as caixas rufam nos barracões dos grupos Marabaixo do Pavão e Raimundo Ladislau, no bairro do Laguinho, a partir das 17h. O Ciclo do Marabaixo 2023 encerra dia 11 de junho, no chamado “Domingo do Senhor” – primeiro domingo após a celebração de Corpus Christi.

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